Após sete anos de litígios intensos, tanto no Brasil quanto no exterior, chegou ao fim uma das maiores disputas societárias da história recente do país. A J&F Investimentos adquiriu a totalidade das ações da Eldorado Brasil Celulose ao comprar a participação da Paper Excellence por US$ 2,64 bilhões, encerrando uma longa batalha que envolveu arbitragens, embates judiciais e tensões regulatórias.
O desfecho põe fim não apenas a um conflito empresarial, mas também a um ciclo de instabilidade que, por anos, impactou a governança, o planejamento estratégico e o valor de mercado da companhia. Litígios dessa magnitude afetam não só os acionistas diretamente envolvidos, mas também fornecedores, credores, investidores e o próprio ambiente institucional no qual a empresa opera.
Do ponto de vista jurídico, o caso Eldorado evidencia como disputas societárias complexas exigem estratégias longas, sólidas e articuladas — muitas vezes, envolvendo múltiplas jurisdições e temas sensíveis, como restrições à aquisição de terras por empresas estrangeiras. Ao mesmo tempo, sua resolução marca um momento de reequilíbrio para o setor: a estabilidade contratual e a previsibilidade voltam ao centro da agenda, reabrindo espaço para expansão, investimento e reconstrução de confiança institucional.
Casos como este ensinam que, no universo das grandes corporações, encerrar um litígio é, muitas vezes, mais estratégico do que vencê-lo.